Trechos da Revista Vida Simples de Agosto 2009
"Se você acha que coragem é apenas impulso emocional e ausência de medo, vale a pena conhecer as últimas pesquisas da área da neurobiologia sobre esse tema. E um dos grandes estudiosos do assunto é justamente o neuro cientista e psicólogo clínico brasileiro Júlio Peres.
Ao logo de sua produtiva carreira, Peres especializou-se na superação de traumas - isto é, no exercício de estimular a coragem em seus pacientes e de ensiná-los a superar seus medos. A novidade no assunto é que ele fez um mapeamento de como se dá essa superação por meio de tomografias computadorizadas que mostram os efeitos neurológicos da psicoterapia em pessoas traumatizadas. Ou seja, hoje é possível saber quais áreas do cérebro são ativadas quando uma pessoa tem a coragem de ultrapassar seus temores.
E você vai cair de costas: a principal área estimulada é o córtex pré-frontal, a região ligada ao intelecto e ao planejamento de ações, e não a amígdala, uma estrutura cerebral correlacionada com o impulso emocional, a agressividade e o temor. Quem diria, a coragem é uma estratégia mental para superar o medo!
Se a crença popular diz que a coragem é uma emoção nascida no coração, a ciência diz que ela é também resultado do raciocínio e capacidade de julgamento das variáveis disponíveis.
Por isso, Júlio Peres prefere usar a expressão "ato corajoso" a usar "coragem", o termo genérico."
"O ato corajoso é resultado de um julgamento consciente. E julgar significa avaliar e analisar os caminhos possíveis diante de uma determinada situação. Um ato corajoso envolve capacidade de análise, equilíbrio e responsabilidade"